Marissol Mwaba lança 'Lua Ferida' uma ode à resiliência


Entre o espaço e o tempo, Marissol Mwaba, se viu, durante esse ano, realizando uma turnê de três meses pela Europa e que passou por Paris, lugar em que a artista, que é muito plural, estudou Física e Astronomia. O momento a levou para 2015, quando no mesmo lugar, escreveu “Lua Ferida”. A cantora e compositora, transformou a sua intensa solidão em arte, ao criar uma reflexão profunda sobre a dor, a solidão e a beleza que emerge das cicatrizes que a vida nos deixa fazendo uma metáfora com a lua. A música também recebe clipe dirigido pela própria Marissol.

“Lua Ferida” nasceu quando Marissol Mwaba se sentia distante dos seus entes queridos, vivendo em um país estrangeiro. Na canção, a Lua e o Sol tornam-se símbolos poderosos: a Lua, com suas crateras causadas por impactos celestes, é vista como uma figura que transforma dor em beleza, enquanto o Sol, embora brilhante, está a grandes distâncias de outras estrelas, refletindo uma solidão cósmica que ecoa na própria experiência da artista. As crateras da Lua são vistas por Marissol como feridas cicatrizadas.

"Peço que a Lua me ensine a fazer beleza das minhas marcas de dor e tristeza, assim como ela fez com suas crateras. E que o Sol, tão longe dos seus semelhantes, me ensine a fazer alegria dessa solidão que me faz sentir sozinha na estrada que a vida criou", explica a cantora.

Após a sua viagem de volta da turnê que passou por Paris, Lisboa, Nans Sous Saint Anne e Lyon, Marissol decidiu que era o momento de eternizar lançando oficialmente "Lua Ferida". A canção, que é uma oração poética, já havia acompanhado a artista em algumas apresentações ao vivo, como no TEDx  Talks São Paulo, em 2020. Em outra ocasião especial, a cantora Indy Naíse, presente em um desses shows, foi tocada pelo conceito e compôs a música “Cicatriz Lunar” em resposta a essa inspiração. "Na minha trajetória, sempre esteve muito presente a mistura de assuntos da astrofísica à minha sensibilidade artística. Acredito que meu eu artista não seria o mesmo se eu não tivesse sido atravessada pela ciência, assim como meu olhar para a ciência não seria tão poético se não fosse pelo meu atravessamento pela arte" reflete Marissol.

Além do violão como instrumento principal dedilhado pela cantora, também tem a Moringa, com o convidado mais que especial, Alegre Corrêa, um de seus grandes mentores desde o início de sua trajetória musical e ganhador de prêmios como o “Hans Koeller Prize”, na categoria de melhor disco do ano e  músico do ano, como também o “Grammy Awards” pela sua participação no álbum "75" de Zawinul & The Syndicate. Para interpretar em coro o arranjo  vocal, a artista trouxe o Grupo Vocal Mwaba Canto Expressão, formado por  estudantes que, ao longo dos anos, desenvolveram um forte vínculo e aprimoraram suas habilidades nas vivências da escola de canto fundada pela  artista em 2018. E por fim, Marissol assina a direção e a produção musical da faixa, que foi mixada por Duda Raupp e masterizada por Ricardo Prado.

clipe de Lua Ferida" vem para refletir a ideia de que, mesmo nos momentos de maior isolamento, os laços que construímos ao longo da vida nos acompanham e nos sustentam. Por isso, a captura da peregrinação solitária de Marissol, e que, aos poucos são revelados
rostos e sorrisos de amigos e colaboradores que fazem parte de sua história.

Simbolizando a força dos encontros e das parcerias na caminhada da vida. Entre esses rostos estão nomes importantes da cena cultural independente catarinense, como Dandara Manoela, Max Tommasi, Lídia Pereira, Anis de Flor, Addia Furtado, DJ Juanita, além do próprio François Muleka, irmão da artista e quem assina a direção de arte e figurino do trabalho.

O lançamento é o resultado da colaboração entre a ADABU Produções, empresa da artista responsável por seu management, e a Dreamland Digital,  selo que Marissol íntegra e que gerencia seu marketing digital. O clipe recebeu o apoio do Cinema Perene, iniciativa liderada por François e Jéssica Junqueira, que vem ganhando destaque em festivais e exibições tanto no Brasil quanto no exterior. Assim, este lançamento também simboliza uma conquista independente das equipes que, unidas, decidiram transformar esse projeto em  realidade.

Espero que essa música seja um abraço, principalmente nos momentos onde a presença mais expressiva seja a solidão. Que lembrem que, mesmo no trecho  da estrada onde se está só, os afetos que nos atravessam nos acompanham em nossos corações para sempre.” completa Mwaba.



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Claudê Lopes

Baiano de Itiúba, radicado em São Paulo há mais de 30 anos. Jornalista, Pesquisador Musical, Blogueiro, Produtor e Editor de conteúdo, Consultor Musical, Roteirista, Redator e Diretor de programa, Web Designer. @claudelopes70

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